OS EX-PAÍSES SOCIALISTAS NA GLOBALIZAÇÃO CAPITALISTA

  Após a derrocada do socialismo real no Leste Europeu e o fim da União Soviética, os ex-países socialistas viveram graves crises econômicas e políticas. A abertura de seus mercados ao capitalismo internacional e a desmontagem da ordem socialista favoreceram a emergência de uma nova elite econômica, uma nova "burguesia", em grande parte descendente das criticadas elites burocráticas que ocupavam os altos cargos administrativos do período anterior.   A crise socioeconômica que tomou a ex-União Soviética e os países do Leste Europeu, com a inflação galopante e a queda da produção nacional, somou-se, em algumas regiões, a confrontação étnico-política, destacando-se a da Bósnia-Herzegovina, da Croácia e de Kosovo, na ex-Iugoslávia, e da Chechênia, na Rússia, além dos conflitos na Ucrânia e na Geórgia.
Ucranianos derrubam a estátua de Lênin, em Kharkiv, na Ucrânia, em setembro de 2014
 
A antiga Iugoslávia

  A antiga Iugoslávia era composta por diferentes povos: croatas, eslovenos, sérvios, bósnios, albaneses, macedônios, entre outros. Esses povos tinham diferentes características culturais, como língua, hábitos e religião.
  A Federação Iugoslava originou-se após a Primeira Guerra Mundial, a partir de territórios que faziam parte dos impérios Austro-Húngaro e Turco-Otomano, quando os povos eslavos do sul da Europa constituíram um reino - a Iugoslávia - que incluiu principalmente sérvios, croatas e eslovenos, tendo como capital Belgrado. Nessa época eram os sérvios que detinham a maior influência e o poder regional, cabendo aos bósnios de religião muçulmana - herdeiros das influências do Império Turco-Otomano, que dominara a região por vários séculos - uma posição de sujeição.
Mapa étnico da ex-Iugoslávia
  Durante a Segunda Guerra Mundial, alemães e italianos chegaram a ocupar a Iugoslávia e criar um novo Estado na Croácia, o qual, sob tutela nazifascista, realizou diversos massacres de etnias, especialmente a sérvia. Entretanto, foi também nesse período que emergiu a liderança do croata marechal Josip Broz Tito, comandante do Partido Comunista regional. Com seus seguidores, ele derrotou os nazistas e edificou a Iugoslávia da época da Guerra Fria, formada por uma federação estável de seis repúblicas autônomas (Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Macedônia de Montenegro). A influência e habilidade política e o carisma de Tito uniu os diversos povos que habitavam a Iugoslávia.
Josip Broz Tito (1892-1980)
   Tito criou também um sistema rotativo para o governo, que para evitar a insatisfação de qualquer uma das repúblicas, consistia na indicação do presidente por parte de uma das repúblicas. O regime iugoslavo sob Tito ficou conhecido como Titoísmo.
  Tito seguiu uma linha de independência em relação às orientações de Moscou, provocando revolta nas autoridades soviéticas. Em 1948, Iugoslávia e União Soviética romperam oficialmente, fazendo com que os iugoslavos fossem expulsos do Comintern (Internacional Comunista - organização que reunia os países que adotavam a economia socialista).
  Durante a Guerra Fria, a Iugoslávia procurou ficar neutra e não se alinhou a nenhum dos lados, apesar de continuar adotando o modelo econômico socialista. Ela foi uma das nações fundadoras do Movimento dos Países Não-Alinhados, encaixando-se no grupo chamado Terceiro Mundo.
  Após a morte de Tito, em 1980, entrou em prática uma nova Constituição, que tinha sido preparada anteriormente, e que tinha por objetivo alcançar a rotatividade do poder executivo para que desse modo nenhuma das etnias se sentisse excluída do poder central. Porém, a maioria da população era de origem sérvia, que queria sempre ficar no comando, e nenhum dos presidentes escolhidos pelo parlamento da federação tinha a estatura de Tito, nem estava respaldado pelo voto majoritário da população, contribuindo para o fracasso do sistema.
Processo de cisão da Iugoslávia
  República Socialista Federativa da Iugoslávia (1943-1992)
  Sérvia e Montenegro (1992-2006)
       Sérvia (desde 2006)
    Croácia (desde 1991)
   Eslovênia (desde 1991)
  República da Macedônia (desde 1991)
  Herzeg-Bósnia (1992-1994)
  República da Bósnia e Herzegovina (1992-1998)
  Bósnia e Herzegovina(desde 1998)
  Montenegro (desde 2006)
  Kosovo (independência não reconhecida desde 2008)


  As repúblicas que formavam a antiga Iugoslávia começaram a demonstrar um desejo de maior autonomia, fim do partido único e a instalação de uma democracia.
  A abertura política da década de 1990, provocada pela queda do socialismo real, desembocou em eleições nas quais os comunistas foram derrotados em várias repúblicas, mas venceram em Montenegro e na Sérvia. As repúblicas da Croácia e da Eslovênia, decidiram abandonar a união em 1991, dando início à guerra civil.
  A Eslovênia é o país mais ocidentalizado da ex-Iugoslávia e o mais homogêneo do ponto de vista étnico. Enquanto era integrada à Iugoslávia, o sistema econômico da Eslovênia tinha como uma de suas principais características, o regime social de propriedade. Com a independência em 1991, foi iniciado o processo de transição, priorizando a estabilidade em relação as reformas.  Em 2004, o país ingressou na União Europeia, fato este que provocou uma aumento significativo do seu Produto Interno Bruto e o seu desenvolvimento econômico. Com seu avançado parque industrial, a Eslovênia possui a maior renda per capita e o mais alto IDH entre as ex-nações socialistas do Leste Europeu.
Liubliana - capital da Eslovênia
  A economia da Croácia baseia-se fundamentalmente no setor de serviços e na indústria, especialmente dos setores químico, naval e metal-mecânico. Antes da guerra civil com a minoria sérvia, um terço das receitas da Croácia vinha do turismo. Atualmente o país volta a atrair visitantes, graças à qualidade de suas praias. Com a guerra civil, a economia croata foi fortemente afetada. Após a guerra, o país teve um grande crescimento econômico no início do século XXI. Atualmente, enfrenta graves problemas que incluem o desemprego estrutural e uma quantidade de reformas considerada insuficiente por alguns economistas, devido principalmente a resistência pública. O sistema judicial é preocupante e antiquado, principalmente no que diz respeito à posse das terras estatizadas durante o período comunista. Esforços estão sendo tomados para melhorar o quadro econômico do país, que manteve nos últimos anos intensos contatos com a União Europeia visando o ingresso do país no grupo.
Zagreb - capital da Croácia
  Depois da declaração de independência da Croácia e da Eslovênia, os bósnios croatas e os bósnios muçulmanos aprovaram um referendo a favor da criação de uma república multinacional e independente. Mas os sérvios bósnios recusaram separar-se da Iugoslávia.
  Em meio à confrontação, o Parlamento de Belgrado, na Sérvia, decidiu criar em 1992 a nova Iugoslávia, formada apenas pela Sérvia e por Montenegro. Nesse mesmo ano, a Assembleia Geral da ONU admitiu os novos países da ex-república iugoslava e determinou embargo comercial contra a Sérvia, em razão do apoio de Belgrado aos sérvios da região bósnia, que haviam criado uma república rebelde e se opunham à independência da Bósnia muçulmana e croata.
  Nem as negociações nem a presença de tropas da ONU ou sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia à nova Iugoslávia conseguiram a pacificação da região. Em resposta aos bombardeios das tropas da ONU e da Otan, os sérvios-bósnios chegaram até a sequestrar centenas de soldados das Nações Unidas (os chamados "capacetes azuis").
Sarajevo após o cerco de 1995
  Os grupos rivais chegaram a criar e manter "campos de concentração" de prisioneiros, promover extermínio em massa - na prática, "limpeza étnica" - e estupros. Somente depois de quatro anos de uma guerra que deixou mais de 250 mil mortos, centenas de milhares de feridos e mais de 3 milhões de refugiados, em 1995, os diversos lados da guerra civil, pressionados pelas maiores potências mundiais, assinaram um acordo de paz.
  A paz - avalizada pelos governos dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e Espanha - determinava a divisão territorial da Bósnia-Herzegovina, cuja viabilização contaria com a presença de tropas e observadores da ONU e da Otan.
  O acordo - chamado pelos norte-americanos de Acordo de Dayton (cidade do estado de Ohio onde foram realizadas as negociações) e pelos franceses de Tratado de Paris (local da assinatura do documento) - constituiu, até então, o mais importante avanço para a pacificação e estabilização da Bósnia.
 A infraestrutura e a economia da Bósnia-Herzegovina foram praticamente destruída entre 1992 e 1995, durante os conflitos entre sérvios, croatas e bósnios muçulmanos, que compõem em partes quase iguais a população do país. Atualmente, a economia da Bósnia-Herzegovina, que é uma das mais pobres nações da ex-Iugoslávia, sobrevive basicamente do setor primário, principalmente da agricultura, que é pouco produtiva devido a falta de tecnologia na maioria das propriedades. O país vem investindo fortemente no turismo, que é uma das promessas de melhorias econômicas do país.
Sarajevo - capital da Bósnia-Herzegovina
  Kosovo já tinha se declarado independente em 1990, porém apenas a Albânia reconheceu sua independência. Em 1998, agravou-se o conflito separatista de Kosovo, província de maioria albanesa (mais de 80% da população pertenciam à essa etnia), mas controlada pela Iugoslávia. A violência do confronto entre os kosovares do Exército de Libertação de Kosovo (ELK) e o exército iugoslavo repetiu-se nas atrocidades dos campos de extermínio e em relação à "limpeza étnica", levando à intervenção da Otan, em 1999. Liderada pelos Estados Unidos, a organização militar fez mais de 25 mil incursões aéreas, bombardeando a Iugoslávia e pressionando seu governante, Slobodan Milosevic, a aceitar um acordo para a pacificação da região.
  As ações de extermínio em Kosovo, porém, prosseguiram, só que dessa vez dirigidas pelos muçulmanos albaneses contra a minoria sérvia local, configurando uma situação de destruição e ódio. Para reverter esse quadro, Kosovo foi transformado num protetorado internacional, ficando sob o controle militar de uma força de paz estrangeira (Kfor) e sob a administração de uma missão da ONU (Unmik).
Cidade de Mitovica, em Kosovo, destruída durante a guerra
  Ex-província autônoma da Sérvia, com população composta de 90% de albaneses muçulmanos, Kosovo declarou-se independente em 2008. Embora a autonomia política de Kosovo tenha sido reconhecida por muitos países, o fato criou divisões na União Europeia e na Rússia. Em 2014, pouco mais de 100 países reconheceram a independência de Kosovo, recebendo três votos favoráveis dos membros do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido e França) e dois contra (Federação Russa e China). Atualmente, Kosovo vem tentando recuperar sua economia, porém, enfrenta uma elevada taxa de desemprego (cerca de 40% de desempregados). Sua economia depende basicamente do setor primário, principalmente da agricultura e da mineração. Outro setor que vem crescendo bastante nos últimos anos é a construção civil.
Pristina - capital de Kosovo
  A sequência de guerras arrasou toda a região da ex-Iugoslávia e, em outubro de 2000, pressões populares levaram ao afastamento de Slobodan Milosevic do poder. Vojislav Kostunica, representante da principal coligação de oposição, foi indicado seu sucessor com o apoio internacional, na esperança de pôr fim aos conflitos na Sérvia e promover a reorganização de toda a região, bem como o retorno de milhares de refugiados que abandonaram as repúblicas da ex-Iugoslávia em direção ao Ocidente durante os anos de guerra, aliviando, assim, a tensão nas fronteiras da Europa desenvolvida.
  Em 2001, o ex-líder Slobodan Milosevic foi extraditado para julgamento no Tribunal Internacional de Crimes de Guerra em Haia, Países Baixos. Esse tribunal foi criado pela ONU em 1993 para julgamento de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade ocorridos no território da ex-Iugoslávia, sendo o primeiro organismo internacional dessa natureza desde o imediato pós-Segunda Guerra Mundial (Tribunais de Nuremberg, na Alemanha, e de Tóquio, no Japão). Além de Milosevic, apelidado de "carniceiro dos Balcãs", dezenas de políticos e militares foram procurados para serem julgados pelo tribunal. O julgamento de Milosevic iniciou-se em 2002 e continuou até 2006, quando ele foi encontrado morto em sua cela na prisão da ONU, perto de Haia.
Slobodan Milosevic (1941-2006)
  Em 2009, outro destacado participante dos conflitos, o ex-líder sérvio-bósnio, Radovan Karadzic, foi extraditado e submetido a julgamento no Tribunal Internacional de Haia, acusado de atrocidades contra muçulmanos durante a Guerra da Bósnia (1992-1995).   A Iugoslávia, por sua vez, deixou de existir oficialmente em 2003, passando a se chamar União da Sérvia e Montenegro. Em 2006, por meio de um plebiscito, decidiu-se pela completa separação entre Sérvia e Montenegro; em 2008, Kosovo separou-se, completando a fragmentação da ex-Iugoslávia.
  A economia sérvia sofreu o impacto do bloqueio comercial imposto pela ONU durante a Guerra da Bósnia. Depois disso, o país enfrentou outro embargo devido o conflito em Kosovo. Atualmente, a Sérvia é considerada uma economia média emergente pelo Banco Mundial. A recuperação da economia ainda enfrenta muitos problemas, entre os quais uma taxa de desemprego que chega aos 20% ao ano, um considerável déficit comercial e endividamento nacional. Porém, os recentes crescimentos da economia levou o país a ser chamado de "tigre dos Balcãs".
Belgrado - capital da Sérvia
  Em 2003, Montenegro e Sérvia, últimos remanescentes da Federação Iugoslava, tornaram-se semi-independentes, com política externa e defesa comuns. Em 2006, Montenegro proclamou sua independência plena. Apesar de não pertencer à União Europeia, o país resolveu adotar o Euro como moeda após sua independência. Durante o domínio iugoslavo, o país experimentou uma rápida urbanização e industrialização, apoiada na geração de energia hidrelétrica, na mineração, na indústria florestal e na indústria têxtil, além da industrialização de cigarros e do turismo. Apesar de ter adotado o Euro, o país ainda não tem uma unidade monetária definida, e o Marco Alemão é a moeda utilizada nas transações privadas dos bancos.
Podgorica - capital de Montenegro
  A República da Macedônia separou-se pacificamente da então Iugoslávia no começo dos anos 1990. Atualmente, sofre as consequências de um bloqueio imposto pela Grécia, que impede a importação de seus produtos agrícolas pelo Porto de Salônica, no Mar Egeu. A agricultura é a base da economia do país, ocupando cerca de 20% da população ativa. Os principais produtos agrícolas são milho, tabaco, arroz, frutas e vinho, e sua indústria se baseia na atividade mineral, principalmente de chumbo, zinco, cobre e cromo. Seus principais parceiros comerciais são Alemanha, Rússia, Itália e Reino Unido.
Skopje - capital da Macedônia

Federação Russa e os outros países da ex-URSS

  A Rússia é uma federação de repúblicas, províncias autônomas e territórios formada por uma grande variedade étnica, linguística e cultural. A Chechênia é uma dessas repúblicas autônomas. Com uma população de maioria muçulmana, desde 1991 vem lutando por sua independência sob a liderança de Dzhokhar Dudayev. Com Grozny, a capital, várias outras cidades mergulharam em violentos confrontos, e nem mesmo um acordo de paz, assinado entre rebeldes e autoridades da Rússia, conseguiu pacificar o território. Transformada em república "autônoma" (porém ainda parte integrante da Rússia) com o fim da guerra de independência, em 1996, e tendo população de maioria chechena e religião muçulmana, a Chechênia não obteve a aceitação oficial de seu separatismo, o que motivou frequentes conflitos com as autoridades russas.
  O território checheno localiza-se na rota de um dos principais oleodutos russos até o Mar Cáspio, pelos quais escoam importantes produtos, como o petróleo produzido no Azerbaijão, país que faz parte da CEI. Isso explica o interesse russo em mantê-lo sob seu domínio. 
Mapa da Chechênia
  Em 1996, guerrilheiros chechenos invadiram a república autônoma vizinha do Daguestão, também de maioria muçulmana, com o objetivo de criar com ela um Estado islâmico único. Em 1999, depois de vários atentados terroristas em diversas cidades russas atribuídos a muçulmanos apoiados pela Chechênia, o governo de Moscou iniciou uma forte ofensiva militar contra o território rebelde, sem conseguir, no entanto, sua completa submissão. Em quase meia década de conflito, morreram milhares de soldados russos e dezenas de milhares de chechenos (de uma população de 1,2 milhão de pessoas), a maioria civis, provocando também um êxodo de mais de 300 mil refugiados.   Os diversos novos atentados realizados por separatistas chechenos em 2002, levaram o presidente Vladimir Putin a convocar um referendo para março de 2003. De cada cem eleitores chechenos, quase 90 (89%) votaram a favor de uma nova Constituição chechena, confirmando sua vinculação à república da Rússia.
  Seguiram-se as eleições para presidente em 2004 e para o Parlamento em 2005. Em 2006, muitos guerrilheiros chechenos depuseram as armas frente a uma proposta de anistia russa. Em 2009, o governo russo anunciou o fim de sua atuação intervencionista, denominada "operação antiterrorismo", em meio a avanços nos entendimentos entre autoridades chechenas e lideranças separatistas.
  O separatismo da Chechênia representa também uma ameaça ao domínio da Rússia sobre outras repúblicas autônomas, que poderiam se motivar a seguir esse exemplo.
Grózny - capital da Chechênia
  Várias outras regiões da Rússia também proclamaram sua independência, a exemplo da Tartária do Dniester (na Moldávia). A diversidade étnica da Rússia, no início do século XXI, era o combustível para a instabilidade sociopolítica. A dificuldade para acordos de paz residia nessa ampla variedade étnica, que há séculos prevalece na região. Predominam os russos étnicos (cerca de 85% de sua população), mas também há diversos grupos minoritários distribuídos por seu vasto território, entre eles tártaros, ucranianos, chuvaques, bashquires, belarusianos, casaques, usbeques, ossétios, entre outros.
  No plano político, o primeiro presidente da Federação Russa, Boris Yeltsin, enfrentou franca oposição parlamentar, que acabou por levar ao fechamento do Parlamento em 1993, seguido de eleições que renovaram o Legislativo russo e da aprovação de uma nova Constituição para o país.
  Em 1996, Yeltsin foi reeleito, mas sofreu forte oposição política e muitas pressões, entre as quais a ameaça de impeachment em 1999, sob a acusação de ser o responsável pelo desmoronamento social, econômico e político da região. Yeltsin renunciou à presidência em 31 de dezembro desse mesmo ano, quando assumiu Vladimir Putin, então primeiro-ministro. Com essa manobra, Yeltsin salvou-se de uma devassa em suas contas públicas e privadas e, antecipando as eleições, conseguiu eleger seu sucessor.
Boris Yeltsin (1931-2007)
  Putin fora o grande articulador das ofensivas contra o território da Chechênia em 1999, associando sua imagem ao sentimento de defesa da tão desgastada soberania nacional russa. Visto como "homem de pulso firme", ele ganhou o reconhecimento público nas eleições de março de 2000, momento de grave crise econômica.
  Os dados eram implacáveis: embora 99% da população fosse alfabetizada, 35% dela vivia abaixo da linha de pobreza; o índice de desemprego era de 12,4% em março de 1999; a inflação nesse mesmo ano era de 40% ao ano; e o mercado negro (conjunto de atividades ilegais, em geral de compra e venda de mercadorias sem pagamento de impostos) movimentava 22% do PIB russo. Até mesmo Putin reconhecia: "Somos um país rico de gente pobre". Contudo, em março de 2004, a imagem de autoridade firme de Putin no governo da Federação Russa foi decisiva para que ele fosse reeleito, obtendo 71% dos votos nas eleições presidenciais. Em 2008, Putin apoiou o candidato vitorioso à presidência Dmitri Medvedev, que o sucedeu. Ainda em 2008, Putin assumiu o cargo de primeiro-ministro de Medvedev.
Vladimir Putin
  Mesmo sendo o maior país em extensão territorial e dono do segundo maior arsenal de armas nucleares do planeta (perdendo apenas para os Estados Unidos), a Rússia do início do século XXI já não contava mais com a tradicional zona de influência externa que possuíra na época da URSS. Mesmo assim, a partir de 2009 passou a ser um importante membro do BRIC, um acrônimo criado em 2001 pelo economista britânico Jim O'Neil para referir-se a Brasil, Rússia, Índia e China (mais recentemente houve o ingresso da África do Sul, passando a se chamar BRICS). Esse conjunto de países representava então cerca de 41% da população mundial, 25% da superfície terrestre do planeta e 14% do PIB mundial (2009), e, segundo O'Neil, com imensos potenciais de virem a formar grandes economias do futuro. Em 2011, com o ingresso da África do Sul, o crescimento do bloco passou a representar 18% do índice mundial.
Dmitri Medvedev
  Durante o governo Putin/Medvedev, foi retomado o crescimento da economia, em grande parte por causa das exportações de hidrocarbonetos e seus altos preços no mercado internacional, recuperando a posição econômica da Rússia de 1990. Essa situação foi alcançada a partir de 2007, diminuindo significativamente o número de russos que viviam abaixo da linha de pobreza (queda de 35% em 2000 para 14% em 2008), sofrendo, no entanto, novos solavancos com a crise internacional iniciada em 2008. Em 2012, Putin foi novamente eleito presidente sucedendo Medvedev, que assumiu o cargo de primeiro-ministro.
  Em 2013, de acordo com o Fundo Monetário Internacional, a Rússia tinha o nono maior PIB do mundo, com um PIB total de U$ 1.953,555 bilhão e um PIB per capita de U$ 14.818 dólares. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2013 a Rússia possuía um IDH de 0,788, uma população de 143.666.931 habitantes, e uma taxa de urbanização de 73%.
  De acordo com o jornal britânico Sunday Times, Moscou era, em 2014, a cidade com o segundo maior número de bilionários do mundo, perdendo apenas para Londres, na Grã-Bretanha.
Moscou - capital da Rússia
  A fronteira da Rússia é um caldeirão explosivo. A desintegração da União Soviética provocou uma onde separatista e de disputas que não foram resolvidas até hoje. São um terreno fértil para a guerra de influência entre potências. Transnístria, Nagorno-Karabakh, Ossétia do Sul e Ossétia do Norte, Abkházia, Chechênia, Crimeia, entre outras regiões, engrossam a lista dos conflitos não resolvidos. São os pontos em que o Ocidente teme uma ingerência maior da Rússia.
  Em 8 de dezembro de 1991, os presidentes da Rússia, da Ucrânia e de Belarus assinaram um documento que sinalizava a criação da Comunidade dos Estados Independentes (CEI). A CEI é uma organização supranacional criada para implementar um mercado econômico comum e promover relações amistosas e de cooperação entre os países-membros. Era composta por doze das quinze repúblicas que pertenciam à antiga União Soviética - Rússia, Belarus, Ucrânia, Moldávia, Azerbaijão, Armênia, Geórgia, Turcomenistão, Quirguistão, Cazaquistão, Tadjiquistão e Uzbequistão -, deixando de participar os países Bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia), devido serem mais ligados economicamente aos países da Europa Ocidental, principalmente os países nórdicos. Em 2008, após conflito entre a Geórgia e a Rússia motivado por disputas territoriais, a Geórgia abandonou o bloco, e o recente conflito entre Rússia e Ucrânia pela região da Crimeia levará à Ucrânia a desistir desse bloco.
Mapa da Comunidade dos Estados Independentes (CEI)
  A situação atual da Crimeia não apenas evidencia o que muitos  veem como renovadas ambições expansionistas da Rússia de Vladimir Putin. Também desperta preocupação entre os vizinhos do país do Leste Europeu, trazendo à tona conflitos que estavam esquecidos no tempo e que foram originados após a desintegração da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1991.
  Para muitos analistas, o presidente russo, Vladimir Putin, deseja conter a influência dos Estados Unidos e da União Europeia com uma espécie de União da Eurásia. Desde que assumiu o poder, em 2000, Putin deseja voltar a fazer de Moscou uma grande potência global.

  O pós-socialismo, tanto para o Leste Europeu como para as ex-repúblicas soviéticas, representou, de modo geral, dificuldades econômicas e sociais. O PIB de 1997 de cada uma das ex-repúblicas era inferior ao de 1990, num claro sinal de empobrecimento.
  A Ucrânia vive uma grave crise social e política desde novembro de 2013, quando o governo do então presidente Viktor Yanukovich desistiu de assinar um acordo de livre-comércio e associação política com a União Europeia, alegando que decidiu manter relações comerciais mais próximas com a Rússia, até então, seu principal aliado.
  A oposição e parte da população não aceitaram a decisão, e foram às ruas, realizando protestos violentos que deixaram várias pessoas mortas e que culminou, no dia 22 de fevereiro de 2014, na destituição do presidente pelo Parlamento ucraniano e no agendamento de eleições antecipadas para o dia 25 de maio do corrente ano. Assim, houve a criação de um novo governo pró-União Europeia e anti-Rússia, acirrando as tensões separatistas na região da Crimeia.

Kiev - capital da Ucrânia
  A Crimeia, península situada na costa setentrional do Mar Negro, é uma república da Ucrânia, mas com população predominantemente russa - cerca de 66% da população total. Em 1992, essa população de origem russa fez um movimento em prol de sua anexação à Rússia, logo combatido pelo governo ucraniano. 
  Essa região pertenceu à Rússia, no período em que os dois países faziam parte da ex-União Soviética. Em 1954, a Ucrânia anexou a Crimeia ao seu território, na época em que Nikita Krushchev - que era de origem ucraniana - governava a União Soviéticas. Diferente do restante do território ucraniano, a Crimeia possui uma população majoritariamente russa. Em 1991, com a desintegração da União Soviética e a criação de 15 novos países, a Crimeia passou a ser uma república semi-autônoma da Ucrânia, com fortes laços políticos com o país e com a vizinha Federação Russa.
Mapa de localização da Crimeia
  A Crimeia se tornou foco da atenção da diplomacia internacional nos últimos meses com uma escalada militar russa e ucraniana na região. As tensões separatistas, de maioria russa, se tornaram mais acirradas com a deposição do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, que tinha desistido de assinar um tratado de livre-comércio com a União Europeia, preferindo estreitar relações econômicas com a Rússia. A renúncia de Viktor Yanukovich levou a Rússia a aprovar o envio de tropas para "normalizar" a situação. A medida só piorou as relações entre Ucrânia e Rússia, gerando grande perigo para a região.
  Na Crimeia, o parlamento local foi dominado por um comando pró-Rússia, que nomeou Sergei Axionov como premiê. Esse novo governo, considerado ilegal pela Ucrânia, aprovou sua adesão à Federação Russa e a realização de um referendo sobre o status da região, que ocorreu no dia 16 de março de 2014.
  Com a intensificação das tensões separatistas, o Parlamento russo aprovou o envio de tropas para a região da Crimeia. Essas tropas não tinham identificação, porém, demonstravam claramente que eram russas - por meio de placas registradas nos veículos - e tomaram a Crimeia, dominando bases militares e aeroportos. A Rússia justificou o movimento dizendo se reservar o direito de proteger seus interesses e os de seus cidadãos em caso de violência na Ucrânia e na região da Crimeia.

Simferopol - capital da Crimeia
  A anexação da Crimeia pela Rússia levou a esperança de regiões russas a se tornarem independentes. Uma delas é o Tartaristão. O Tartaristão, ou terra dos tártaros, é a região mais ao norte do mundo com maioria muçulmana e está localizada na Região Econômica do Volga. Os tártaros ficaram mais conhecidos pelo fato de que muitos dos seus habitantes terem sido deportados em massa da Crimeia por Stálin. A Ucrânia e o Tartaristão possuem um ponto em comum: a morte de milhões de pessoas  de fome devido às decisões políticas do governo da União Soviética. Entre 1921 e 1922, dois milhões de tártaros morreram de fome. Entre 1932 e 1933, uma decisão similar na Ucrânia, levou a morte mais de 7,5 milhões de pessoas.
  O Tartaristão, ao lado da Chechênia, foi a única das 88 regiões autônomas da Rússia que não assinaram um acordo com a recém-criada Federação Russa depois do fim da União Soviética. Acabariam sendo forçados a assinar depois - diferente dos chechenos que nunca assinaram até serem arrasados militarmente. Mais da metade da população do Tartaristão considera-se tártara, e apenas 40% russos. Cerca de 55% da população segue a religião islâmica.

Kazan - capital do Tartaristão
  Quem olha o mapa da Europa muitas vezes não repara que há um pequeno território entre a Polônia e a Lituânia que não é parte de nenhum destes dois Estados. Trata-se de um território histórico da Prússia, e depois da Alemanha: é o enclave russo de Kaliningrado - nome em homenagem a Mikhail Kalinin, chefe de Estado oficial da União Soviética entre 1919 e 1946.
  O território foi tomado da Alemanha no fim da Segunda Guerra Mundial e a União Soviética decidiu anexá-lo ao seu território dentro da Rússia soviética - e não dentro da Lituânia, que também era parte da União Soviética. O território possui grande importância estratégica, pois com mísseis nucleares de pequeno e médio alcances dá para atingir quase toda a Europa.
  Nos últimos anos, têm-se criado movimentos em prol da autonomia e até da independência. Foi fundado o Partido Republicano Báltico, criado como um "movimento da sociedade civil".

Kaliningrado - Rússia
  Vizinha da Ucrânia, a Moldávia teme ser a próxima vítima do expansionismo russo. Recentemente, o presidente do Parlamento da Transnístria, no leste do país, viajou a Moscou e pediu para que a Duma, o Parlamento russo, autorize a anexação da região, uma pequena faixa de terra e que é habitada por meio milhão de pessoas. O objetivo da Transnístria é receber o mesmo tratamento dispensado à Crimeia.
  Durante a desagregação da União Soviética em 1991, a Transnístria, uma porção do território moldávio localizado na porção leste do país e de maioria russa, exigiu a independência em um confronto armado. Com a mediação da Rússia, o cessar-fogo foi decretado, e os separatistas aceitaram a proposta do governo moldávio de conceder ampla autonomia à região.
  Na prática, a Transnístria se separou da Moldávia e a maioria de sua população fala russo.  As autoridades locais já tinham pedido ao Parlamento russo a anexação da região à Rússia, sendo que um referendo em 2006, respaldou essa ideia. A comunidade internacional não reconhece sua independência, e o território, que mantém um tenso enfrentamento com a Moldávia, é tida como uma região dominada pelo crime organizado e pelo contrabando. 

  A Transnístria tem moeda, Constituição, hino, bandeira e Parlamento próprios. Assim como na Crimeia, a Rússia possui vários soldados na região. A relação de Moscou com a Moldávia é marcada pelo ponto fraco do pequeno país, a economia, que é semelhante à relação entre Moscou e a Ucrânia.
  No caso da Transnístria, o movimento separatista já estava bem adiantado antes mesmo da crise da Crimeia. O território, além de ser dominado por políticos pró-Rússia, já funciona como um Estado independente da Moldávia, não respondendo às ordens do governo do país desde 1990, quando seus chefes políticos declararam a independência da região sob o pretexto de que a Moldávia buscasse se unir à Romênia. 

Tiraspol - capital da Transnítria
  A Moldávia é o país mais pobre da Europa, e sua economia depende em grande parte da exportação de vinho. A União Europeia deseja integrá-la à Associação Oriental, programa do bloco de aproximação com ex-repúblicas soviéticas ao leste, assim como Belarus, Azerbaijão, Armênia, Geórgia e Ucrânia. Mas, quando o país começou a se aproximar do Ocidente, a Rússia - seu principal parceiro comercial - vetou a importação de vinho moldávio. Esse mesmo tipo de aproximação com a União Europeia motivou os conflitos na Ucrânia e levou à anexação da Crimeia pela Rússia.
  No sul do país, as autoridades moldávias também enfrentaram conflitos na região da Gagaúzia, habitada por cristãos ortodoxos turcos. Em 1996, à semelhança do que ocorreu com a Transnítria, foram afirmados acordos que concederam autonomia a essa minoria étnica. A Gagaúzia é formalmente conhecido como Unidade Territorial Autônoma da Gagaúzia.
  O povo gaga
uz descende dos turcos seljúcidas que migraram dos Balcãs orientais (atual Bulgária) e se instalaram na região.
Comrat - capital da Gagaúzia
  Desde o tempo de Stálin como dirigente do Comitê para as Nacionalidades do Partido Comunista da URSS, os ossetianos foram divididos. Uma parte ficou no território russo (a Ossétia do Norte) e outra parte ficou no território da Geórgia (Ossétia do Sul). Em 1990, a Ossétia do Sul declarou independência da Geórgia e propôs se integrar à Ossétia do Norte. O governo da Geórgia, em 1991, iniciou uma ofensiva militar que resultou em mais de 1.500 pessoas mortas. Em 2004 a guerra voltou a ocorrer e em 2007 são reatadas as negociações entre os ossetianos e o governo da Geórgia para que a Ossétia do Sul obtenha a independência. Em 2008, Moscou usou a maioria russa na Ossétia como justificativa para atacar as tropas da Geórgia, que tentavam recuperar o controle da região separatista.
Vladikavkaz - capital da Ossétia do Norte
  Na Ossétia do Sul, a maioria a população é de origem persa e cristã e a Ossétia do Norte possui uma população de cristãos e muçulmanos. Os ossetas do sul contam que são discriminados pelos georgianos e, por isso, querem a separação da Geórgia e a unificação com a Ossétia do Norte.
Tskhinvali - capital da Ossétia do Sul
  Na Abkházia, os abecazes foram reduzidos a uma minoria depois do deslocamento de milhares de georgianos para a região, na época da extinta União Soviética. Separatistas abecazes (que são muçulmanos ortodoxos) lutam contra os georgianos (que são cristãos), desde 1992, pela criação de uma república independentes. Em 1994, declararam-se novamente independentes, mas não obtiveram o reconhecimento internacional.
  Combates voltaram a ocorrer em 1998, 2002 e 2008.
  Atualmente, a Abkházia permanece em grande medida de fato independente da Geórgia e mantém controle sobre grande parte do seu território, embora não seja reconhecida internacionalmente.

Sukhumi - capital da Abkházia
  A região de Nagorno-Karabakh é foco de conflito entre a Armênia e o Azerbaijão por sua natureza peculiar. Desde o início do século XX, Armênia e Azerbaijão disputam essa região, encravada no território do Azerbaijão, país de origem muçulmana, mas com 80% da população cristã e de origem armênia.
  Em 1988, aproveitando a abertura política soviética, a Armênia passou a reivindicar o território, iniciando uma guerra entre as duas repúblicas.
  Em 1991, essa região proclamou sua independência, iniciando uma série de conflitos. Em 1992, a Armênia conquistou o enclave e formou o corredor de Latchine, ligando Nagorno-Karabakh a seu território. A continuidade dos combates provocou o colapso econômico dos dois países. Em maio de 1994, é assinado um cessar-fogo.
  As negociações bilaterais sobre o destino da região não avançaram nos anos seguintes. Em 2001, os presidentes armênio e azeri reuniram-se em março na França e em maio desse ano nos Estados Unidos. É discutida a concessão do enclave do status de república autônoma do Azerbaijão, com Constituição e Exército próprios e o direito de vetar leis azeris. A Armênia teria que sair da área contígua, ocupada durante a guerra. Nada foi decidido por causa da forte resistência interna nos dois países. Em 2008, as tropas dos dois países reiniciaram os confrontos, e os conflitos prosseguem sem nenhuma trégua.

Stepanakert - capital de Nagorno-Karabakh
  A Cabárdia-Balcária ou Cabardino-Balcária é uma divisão federal da Federação Russa. Possui cerca de 900 mil habitantes distribuídos em uma área de 12.500 km². Tornou-se uma região autônoma da República Socialista Soviética da Rússia em 1921, passando em 1936 para República Autônoma Socialista Soviética. Em 1997, foi adotada a Constituição da República da Cabárdia-Balcária.
  A Cabárdia-Balcária é uma república multiétnica habitada majoritariamente por povos de língua caucasiana ao norte, na Cabárdia, e por povos de língua altaica do ramo turco ao sul, na Balcária.

  Os cabardinos constituem o grupo mais numeroso, com cerca de 55% da população total, seguido dos russos com 25% e os balcares com 12%. Tanto cabardinos como balcares são de tradição muçulmana sunita.
Nalchik - capital da Cabárdia-Balcária
  A República da Carachai-Circássia foi constituída em 1991 pela elevação à condição de República do Oblast de Carachai-Circássia. É uma república multiétnica habitada majoritariamente por cherquesses e abazas, povos de língua caucasiana, ao norte, e por carachaios, povos de língua altaica do ramo turco, ao sul. Os carachaios constituem o grupo mais numeroso, com cerca de 39% da população total, seguidos dos russos com 34% e os cherquesses com 11%. Tanto os carachaios como os cherqueses são de tradição muçulmana sunita. 
  Os circassianos ganharam notoriedade recentemente por causa das Olimpíadas de Inverno na cidade de Sochi. Os circassianos e os cabardinos fazem parte do mesmo grupo. Já os balcários e os caraches também possuem ligações históricas, compartilhando língua, religião e processos de deportação em massa de Stálin. Em comum, o fato de só haver cerca de 25% de russos nas duas regiões e o grande desgosto com o passado de dominação russa, leva os nacionalistas a lutarem pela independência dessas duas regiões.
Cherkessk - capital da Carachai-Circássia
  A Calmúquia é o único território de maioria budista da Europa, localizado na margem oeste do Mar Cáspio. Durante os anos iniciais, os budistas locais até foram relativamente respeitados, já que a União Soviética não queria usar o suposto bom tratamento aos budistas devido às suas intenções de atrair os territórios budistas da Mongólia e do Tibete para a sua área de influência. Mas, devido ao fato de os calmuques serem excessivamente não-russos, irritou Stálin, que resolveu forçar a coletivização da terra.
  Durante a Segunda Guerra Mundial, a capital da Calmúquia, Elista, foi tomada pelos nazistas, que chegaram com armas e propaganda. Milhares de calmuques se uniram aos nazistas contra os soviéticos, que tinham massacrado os calmuques por mais de 10 anos.
  Após a expulsão nazista pelos soviéticos, Stálin acusou toda a população da Calmúquia de ter colaborado com os nazistas e ordenou a deportação de toda a população local para a Sibéria e para a Ásia Central. Somente em 1957, o presidente soviético Nikita Krushchev permitiu a volta dos calmuques, que passaram a ser maioria, sendo hoje composta por 60% da população total da Calmúquia e, por isso, os calmuques lutam pela independência da região.

Elista - capital da Calmúquia
  A República Autônoma da Adjara, é uma república da Geórgia, localizada no sudoeste do país, fazendo fronteira com o sul da Turquia e banhada pelo Mar Negro. Pertenceu ao Império Otomano e à União Soviética.
  Em 1991, conflitos em torno da autonomia econômica e política, provocou a morte de milhares de pessoas. Em 2004, explodiu a maior crise na região, com ameaças de um confronto armado.
  Por muitos anos, a Rússia manteve sua 12ª Base Militar na região, gerando uma enorme tensão entre a Rússia e a Geórgia. Em 17 de novembro de 2007, a Rússia retornou à base de Batoumi e, atualmente, essa base desempenha uma imensa pressão a favor da Adjara contra a Geórgia.

Batoumi - capital da Adjara
  Estônia, Letônia e Lituânia, as três repúblicas bálticas que pertenceram à União Soviética durante 51 anos, acompanham de perto as tensões envolvendo a Rússia e a Ucrânia.
  Em 2004, os três se uniram à União Europeia e à Otan (aliança militar ocidental), afrontando o presidente russo Vladimir Putin. A presença significativa de uma minoria étnica russa é um tema delicado nos países bálticos, que dependem em grande parte do gás russo.
  Na Estônia, os russos representam cerca de um terço da população, e muitos se queixam de preconceito por parte dos estonianos. A Estônia é um importante centro industrial, produtor de alcatrão, benzina e gás. Entre as ex-repúblicas soviéticas foi a que conseguiu melhor integração no mercado internacional e possui elevada renda per capita. Enfrenta o problema da poluição do Mar Báltico, que prejudica a pesca.

Tallinn - capital da Estônia
  Na Letônia, 25% da população fala russo, e seus direitos são um tema espinhoso para o país. Independente em 1991 e integrado à União Europeia em 2004, o país tem na madeira o principal item da economia (quase metade do seu território é ocupado por florestas). Ressente-se da falta de recursos energéticos e dos conflitos entre os letões nativos e os habitantes de origem russa.
Riga - capital da Letônia
  Já na Lituânia, apenas 5% da população é russa. O país tem laços históricos e culturais com a Polônia, entre eles a religião católica. Depende da Rússia para o abastecimento de combustível. A costa do país é famosa pela extração de âmbar, resina fóssil usada na confecção de joias. O temor de restabelecimento das fronteiras russas deixa os países bálticos em estado de tensão, pois temem que a Federação Russa possa desestabilizar esses três países.
Vilnius - capital da Lituânia
  A Ásia Central é a região do continente asiático composta por cinco países situados a leste do Mar Cáspio: Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Tadjiquistão e Quirguistão, nos quais predominam populações eslavas e de origem turca, esta última, majoritariamente muçulmana.
  A Ásia Central é marcada por conflitos entre etnias, agravados no passado pela relação comercial desigual com a Rússia. Somados ao clima desfavorável para a agricultura, esses conflitos favoreceram o surgimento de economias e estruturas sociais precárias, marcadas pela instabilidade política e pela miséria da população.
Astana - capital do Cazaquistão
  Como exemplo de precariedade socioeconômica da região, pode-se citar o Quirguistão e o Tadjiquistão, países que ocupam, respectivamente, o 125º e 133º lugar no ranking  de IDH da ONU (2013).
  Uma perspectiva de desenvolvimento da região está associada à exploração do petróleo na Bacia do Mar Cáspio. Embora as reservas aparentemente não sejam tão abundantes quanto se imaginava, esse recurso vem impulsionando as economias do Cazaquistão e do Turcomenistão, que dividem o controle da Bacia do Cáspio com a Rússia, o Irã e o Azerbaijão.
Baku - capital do Azerbaijão
  Outro problema existente na região refere-se a questão ambiental: a extinção do Mar de Aral. Situado entre o Uzbequistão e o Cazaquistão, o Mar de Aral era o quarto maior mar interior da Terra, com 66.100 km². Suas águas eram alimentadas e renovadas pelos rios Amu Daria e Syr Daria. O desvio das águas desses rios para projetos de irrigação, consumiu 90% da água que chegava ao Aral. O resultado foi desastroso: 27 mil km² secaram e o que era fundo do mar transformou-se em deserto. A concentração de sal dobrou, 60% do volume de água se perdeu e a indústria pesqueira, que empregava cerca de 60 mil pessoas, acabou. A maioria das espécies de peixes desapareceu e a fauna que vivia em suas margens foi reduzida significativamente.
Barcos abandonados em área que antes era ocupada pelas águas do Mar de Aral

Outros países da Europa Oriental

  Os países da Europa Oriental, buscando introduzir-se na economia de mercado, vivem níveis diferenciados de desenvolvimento econômico, grande parte deles integrando a União Europeia.
  A Tchecoslováquia foi um Estado que existiu entre 1918 e 1992. Criada a partir da desintegração do Império Austro-Húngaro pelo Tratado de Saint-Germain-en-Laye, a Tchecoslováquia reuniu num mesmo Estado duas nações de língua similar, os tchecos e os eslovacos (além de algumas outras minorias étnicas). Seu território correspondia às atuais República Tcheca e Eslováquia, além da Rutênia até 1945, tendo como capital a cidade de Praga.
  A convivência entre os dois povos nem sempre era tranquila. Os eslovacos se ressentiam do predomínio econômico tcheco. Uma primeira dissidência ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, quando nacionalistas eslovacos aproveitaram a desagregação do país, para proclamar um Estado independente, em 1938.
  Após a Guerra, o país foi reunificado. Todos os alemães étnicos foram mortos ou expulsos e a Rutênia foi cedida à União Soviética. Em 1948, os comunistas tomaram o poder durante o "Golpe de Praga", passando a Tchecoslováquia para o lado soviético da Cortina de Ferro. Em 1968, durante a chamada "Primavera de Praga", uma tímida liberalização provocou a intervenção do país pelas forças do Pacto de Varsóvia, que o manteria fechado durante vinte anos.
  Aproveitando-se da política de tolerância da União Soviética durante o governo do presidente Mikhail Gorbachev, o país abandonou o comunismo, no episódio conhecido como "Revolução de Veludo". Essa revolução levaria a separação da Tchecoslováquia e a criação de dois países: a República Tcheca, cuja capital continuou sendo Praga, e a Eslováquia, cuja capital passou a ser Bratislava.
Mapa da República Tcheca e da Eslováquia
  A República Tcheca tem laços históricos com o mundo germânico: as regiões tchecas da Boêmia e Morávia fizeram parte do Império Austro-Húngaro. Possui uma economia dinâmica, destacando-se a produção de alimentos, bebidas e eletrodomésticos, além das indústrias siderúrgicas, automobilísticas e de cristais. Sua agricultura é baseada na produção de trigo e mais da metade de suas exportações são destinadas à União Europeia. Os principais parceiros comerciais são Alemanha, Eslováquia, Rússia, Itália, Áustria e Polônia.
Praga - capital da República Tcheca
  A Eslováquia é a porção oriental e menos desenvolvida da antiga Tchecoslováquia. O país passou por uma difícil transição do planejamento centralizado para uma moderna economia de mercado. As grandes privatizações já foram quase totalmente empreendidas. Caracteriza-se por uma alta e sustentada taxa de crescimento econômico, graças aos baixos custos da mão de obra e ao razoável nível educacional, que contribuiu para atrair grandes investimentos da Europa Ocidental, sobretudo nos setores metalúrgico e automobilístico. O país produz cereais e fornece matéria-prima para a indústria madeireira (as florestas de coníferas cobrem cerca de 40% do seu território). Seus principais parceiros comerciais são Alemanha, República Tcheca, Rússia, Áustria, Polônia e Hungria.
Bratislava - capital da Eslováquia
  A Polônia possui uma histórica ligação entre a Rússia e o oeste da Europa, tem recebido grandes investimentos da Europa Ocidental. Após a introdução da economia planificada, com o fim da Segunda Guerra Mundial, a indústria de base recebeu maior atenção e se desenvolveu consideravelmente. Houve, então, um grande aproveitamento de suas imensas reservas de carvão mineral, aumentadas pela anexação da Silésia (região fronteiriça com a Alemanha) ao seu território. Todavia, a Polônia ficou dependente da importação de petróleo soviético.
  Após três décadas de desenvolvimento, a partir de 1975, a economia polonesa começou a apresentar dificuldades cada vez maiores: aumento da dívida externa, queda de produtividade e, principalmente, escassez de produtos. Esses problemas tiveram uma dimensão nacional e seu agravamento levou a uma insatisfação social crescente.
  No fim da década de 1980, houve profundas transformações econômicas e políticas na Polônia, no rumo do que já vinha acontecendo na própria União Soviética. Em 1988, a iniciativa privada recebeu vários estímulos, e empresas estrangeiras foram autorizadas a se instalar no país.
Cracóvia - segunda maior cidade da Polônia
  A Polônia tem avançado muito desde os anos 1990 em direção à economia de mercado. Mas o desmonte da economia planificada não foi fácil: as empresas estatais eram muitas vezes deficitárias, usavam tecnologia ultrapassada, mas geravam muitos empregos. A privatização de empresas estatais avançou bastante no país, o que aumentou o desemprego. E o término do controle rígido sobre os preços, com a introdução da lei da oferta e da procura, fez com que eles no início disparassem, com uma inflação altíssima, que posteriormente foi diminuindo. A Polônia, que desde 2004 integra a União Europeia, é hoje um país cuja economia voltou a crescer.
  Graças a suas grandes planícies, a Polônia é um dos principais países agrícolas da Europa. O país é autossuficiente na produção de alimentos.A Polônia tem um grande número de fazendas particulares em seu setor agrícola, com o potencial para se tornar um dos principais produtores de alimentos da União Europeia. As reformas estruturais na área da saúde, da educação, do sistema de aposentadoria e da administração do Estado resultaram em pressões fiscais maiores do que o esperado.

Vista noturna de Varsóvia - capital da Polônia
  A Hungria ocupa a maior parte da Planície Húngara, no centro-sul da Europa, e, embora sem saída para o mar, tem boa comunicação fluvial com outros países através do Rio Danúbio.
  Durante o Império Austro-Húngaro, a Hungria foi o principal território utilizado para a agricultura. As vastas planícies, que cobrem 90% do país e as terras férteis em abundância, favoreceram um intensivo uso da agricultura durante toda a sua história. Durante o período socialista, a agricultura foi mecanizada e modernizada. Mas com a desagregação da União Soviética, a agricultura húngara perdeu o apoio que tinha do Estado e o setor agrícola sofreu uma grave crise. No período comunista, o país passou também por uma forte industrialização. Na década de 1980 foi considerada o país mais moderno industrialmente, exportando bens de consumo para vários países capitalistas, como Alemanha e Estados Unidos.
  Depois da queda do regime socialista, com o fim da União Soviética, o país sofreu com uma grave crise econômica. Entre 1990 e 1993, a economia húngara recuou 18%, recuperando-se anos mais tarde, graças as medidas de reforma econômica, como a reforma da saúde tributária e do financiamento da administração local, além da entrada do país na União Europeia, em 2004. Atualmente, a maior parte do PIB da Hungria vem da área de serviços, sendo seus principais produtos de exportação máquinas, produtos mecânicos e alimentos industrializados. Sua população possui um elevado padrão de vida.
Budapeste - capital da Hungria
  A economia da Bulgária contraiu-se consideravelmente após 1989, com a decadência da União Soviética e, consequentemente, a diminuição do acesso ao mercado soviético. Corrupção e desemprego são alguns dos problemas de um país culturalmente próximo da Rússia, em termos de escrita (alfabeto cirílico) e religião (cristã ortodoxa).
  Durante a Guerra Fria, a economia búlgara ficou bastante dependente da URSS. O padrão de vida dos búlgaros caiu 40% em relação aos níveis pré-1990, somente retornando ao antigo patamar em junho de 2004. Os primeiros sinais da recuperação da economia aconteceram em 1994, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu e a inflação caiu. Porém, em 1996, a economia sofreu uma crise devido às reformas econômicas e à instabilidade do sistema bancário.
  Desde 1997, o país passa por um período de recuperação, com o PIB crescendo numa taxa entre 4% e 5%, propiciando uma estabilidade macroeconômica. Estas condições fizeram com que a União Europeia aceitasse o ingresso da Bulgária no bloco em 2007.
Sofia - capital da Bulgária
  O nome "Romênia" significa "terra dos romanos", o que reflete seu passado e justifica o fato de sua população ser a única de língua latina do Leste Europeu. O país abriga o maior contingente de ciganos do mundo.
  Após o colapso do Bloco Soviético em 1989-1991, a Romênia foi deixada com uma base industrial ultrapassada e um padrão de capacidade industrial totalmente inadequado às necessidades da população. Em fevereiro de 1997, a Romênia iniciou um grande programa de reformas estruturais e estabilização macroeconômica, como reformas nos setores financeiro e agrícola. Essas reformas levou o país a ter um elevado crescimento econômico com baixa taxa de desemprego. Esse crescimento econômico permitiu o seu ingresso na União Europeia em 2007.
  Entre os pontos fortes da economia romena estão o potencial hidrelétrico, as reservas minerais e a implantação da indústria pesada, resultantes da infraestrutura realizada durante o regime socialista. O seu ponto fraco é a dificuldade em desenvolver uma economia de livre mercado.
Bucareste - capital da Romênia
  A Albânia é um dos países mais pobres da Europa. É um país agrícola, de população predominantemente islâmica, com grande percentual de trabalhadores servindo ao setor primário. Recebe refugiados de Kosovo, e emigrantes partem de lá em direção à Grécia e à Itália. Os principais problemas do país são a elevada taxa de desemprego, a corrupção nos órgãos do governo e o crime organizado. A maior parte do dinheiro que o país recebe vem de refugiados que trabalham no exterior. Outro setor que gera cerca de 10% do PIB é o turismo, graças as belezas naturais de suas praias, localizadas ao longo dos mares Adriático e Jônico.
  Por ter uma economia centralizada no Estado, a Albânia tem dificuldades em se tornar uma economia mais moderna e aberta aos mercados internacionais.
Tirana - capital da Albânia
China
  A China é o terceiro maior país em extensão (com uma área de 9.596.961 km²) e o mais populoso do mundo (com uma população, em 2013, de 1.354.040.000 habitantes).
  Após a Revolução Chinesa de 1949, sob o comando de Mao Tsé-Tung, o país passou a adotar o socialismo. Inicialmente, o modelo chinês baseou-se no da então União Soviética, sua aliada até o final da década de 1950, quando se deu o rompimento político com a então superpotência mundial. Durante toda a década de 1960, a China viveu um isolamento internacional. Foi nesse período que o governo realizou a Revolução Cultural, implantada por Mao Tsé-Tung a partir de 1966. O plano de Mao era radicalizar o regime comunista e fortalecer o seu poder pessoal.
  A morte de Mao, em 1976, abriu caminho para a ascensão do político Deng Xiaoping. Xiaoping iniciou amplas reformas econômicas na China, visando a abertura para um futuro modelo capitalista. As mudanças possibilitaram a obtenção de lucros por meio da entrada do capital estrangeiro, das relações comerciais com vários países e de acordos de cooperação técnica e científica.
Pequim - capital da China
  Durante toda a década de 1980, foram criadas, em determinados pontos do território chinês, as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs). Elas visavam atrair capitais, tecnologia e know-how (conhecimento de normas, métodos e procedimentos em atividades profissionais, especialmente as que exigem formação técnica ou científica; habilidade adquirida pela experiência; saber prático) de empresas estrangeiras para estimular a exportação e, ao mesmo tempo, a expansão do mercado doméstico. As empresas estrangeiras foram atraídas pela farta mão de obra barata e pela possibilidade de venda de seus produtos para o imenso mercado consumidor chinês.
  As reformas implantadas proporcionaram à China altas taxas de crescimento econômico e aumentos significativos da renda per capita, que beneficiaram milhões de chineses, tirando-os da situação de pobreza. Contudo, não houve mudanças no sistema político. As manifestações populares por maior liberdade de expressão e democracia foram duramente reprimidas e resultaram em perseguições políticas e execuções sumárias. A abertura econômica e a continuação da política socialista levou a China a adotar o chamado "Socialismo de Mercado", ou seja, a economia é capitalista, porém, a política permanece socialista.
Xangai - maior cidade da China
Vietnã
  A economia do Vietnã, um país em desenvolvimento, está em transição de uma economia planificada para uma economia de mercado desde 1986. As reformas econômicas iniciadas no final dos anos 1980, contribuíram para que o país tivesse um grande crescimento econômico nas últimas décadas, fazendo com que passasse a ingressar no grupo dos chamados "Novíssimos Tigres Asiáticos". Depois de ficar quase completamente arrasado pela Guerra do Vietnã, nos últimos vinte anos o país se recuperou e expandiu seus setores mais importantes: a agricultura, a indústria e a mineração.
  Em janeiro de 2007, o Vietnã ingressou na Organização Mundial do Comércio, o que atraiu as indústrias mais competitivas e voltadas à exportação. No setor agrícola, o país passou a ser o maior exportador mundial de arroz, com uma safra de aproximadamente 40 milhões de toneladas anuais. Outro destaque agrícola é a produção de café, onde o país passou a ser o segundo maior produtor do mundo, além de uma grande produção de chá, banana e pescados.
  Possuindo uma mão de obra abundante e barata, com um índice de analfabetismo abaixo de 10% e imensas reservas de fontes de energia (carvão mineral, petróleo e elevado potencial hidrelétrico), o país vem atraindo uma boa quantidade de investimentos externos, contribuindo para a modernização da economia.
Hanoi - capital do Vietnã
FONTE: Vicentino, Cláudio. História geral e do Brasil / Cláudio Vicentino, Gianpaolo Dorigo. - 2. ed. - São Paulo: Scipione, 2013.
Fonte: http://professormarcianodantas.blogspot.com.br/2015/01/os-ex-paises-socialistas-na.html

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